Pensamento Computacional é uma disciplina que tem como objetivo ensinar os fundamentos básicos da computação nas escolas. Entenda por que vale a pena trabalhar com esse conteúdo em sala de aula, como explica o assessor pedagógico da Mind Makers, Daniel Carlos de Freitas:
- Decomposição de problemas:
Em algumas atividades propostas, os alunos se deparam com situações de problemas reais, em que é necessário entender as partes do problema, resolvendo cada uma delas para conseguir cumprir o objetivo final. Um exemplo: o aluno precisa aplicar a lógica de programação por meio de algoritmos para fazer um robô andar do ponto A e chegar ao ponto B. Dificilmente o estudante conseguirá fazer essa programação de uma só vez para fazer todo o trajeto. Ele terá de fazer a programação de cada etapa para chegar até o final. Só consegue concluir a atividade após ter resolvido cada etapa.
Faz parte das aulas de pensamento computacional estimular o aluno a fazer a decomposição de um problema maior resolvendo parte por parte. Essa habilidade não só é aplicada nas aulas de pensamento computacional, mas pode ser replicada em outras áreas e na vida.
- Identificação de padrão:
O aluno precisa analisar e identificar o que se repete em cenários diferentes e, aqui, podemos falar também em abstração. Um mesmo raciocínio lógico ou mesmo padrão pode ser aplicado para a resolução de problemas diferentes, porém análogos entre si. Na prática, o aluno consegue identificar qual a parte do algoritmo que está escrevendo ou propondo para a resolução de um problema que se repete na proposta de resolução e, em vez de ter de reescrever essa parte do código, ele apenas define quantas vezes aquela parte se repete.
Um exemplo clássico para falar sobre identificação de padrão: quando desenhamos um quadrado, algo simples de imaginar, dentro da computação seria necessário ensinar o computador a desenhar um quadrado. Como fazer isso? Você diria para um computador: mova a frente 10 cm, depois vire à esquerda, anda a frente, depois vire à esquerda, sempre na distância de 10 cm. Mas, em vez de repetir esse comando quatro vezes, o aluno percebe o padrão que se repete e programa aquela orientação para ser repetida por quatro vezes, chegando ao mesmo objetivo. O aluno precisa identificar padrões para reproduzir em outros algoritmos ou problemas as partes que se repetem de forma a utilizar recursos e desempenho na atividade proposta.
- Pensamento algorítmico:
Pensamento algorítmico é a capacidade de olhar para uma situação qualquer que exija algum tipo de atuação e analisar de que maneira aquela ação pode ser realizada a partir de uma sequência lógica de instruções. A definição para algoritmo seria uma sequência finita de instruções que pode ser executada por pessoas ou máquinas. Em alguns momentos da aula, o aluno se depara com a situação problema em que precisa estruturar um pensamento algorítmico, ele deve analisar de forma lógica, coerente, sem ambiguidade, de que maneira aquela ação pode ser realizada, sequencializada por meio de instruções. Algoritmo não é restrito a máquinas e é abrangente às pessoas. Qualquer recurso que consiga ter uma estrutura de pensamento lógico é capaz de realizar a execução de um algoritmo, por isso, o pensamento algorítmico é uma das habilidades do pensamento computacional.
- Coleta e análise de dados:
Dados, por si só, não dizem nada, mas é importante o aluno entender como classificar e, a partir daí, saber quais informações podem ser extraídas. A Mind Makers trabalha com práticas em que os alunos utilizam simuladores em situações fictícias e que, a partir das informações que são geradas, devem ser representadas em gráficos ou planos cartesianos fazendo a associação entre dados e informação.
- Atitudes empreendedoras:
A computação só serve quando ela é utilizada na resolução de um problema. Uma atitude empreendedora pode ser compreendida quando um aluno usa o conhecimento das aulas de pensamento computacional dentro de projetos para propor soluções a problemas apresentados. Na aula, é sugerido um projeto em que os alunos precisam pensar em uma dispensadora de remédio, por exemplo. A ideia é que usem a programação para dispensar remédios para um fictício paciente nos horários e dias estipulados pela receita médica. Não se trata apenas do aluno aprender sobre a lógica de programação ou sistemas computacionais, mas aplicar essas técnicas de forma prática. “A gente entende que empreender é ter uma postura de ação de resolução de problemas e isso está intrinsecamente ligado às aulas de pensamento computacional”, finaliza Daniel.