Sala Maker: como trazer a “mão na massa” para a escola 

Com aulas que vão de programação de computadores à marcenaria e produção de projetos, a sala maker é um novo jeito de ativar a criatividade nos alunos

Para além do conteúdo, a Mind Makers oferece suporte na implantação das disciplinas nas escolas, incluindo o apoio na preparação da sala de aula para a criação de espaços maker. Estes espaços compõem um ambiente amplo para a execução de atividades mais livres, em que os alunos consigam transitar e experimentar novos padrões de execução de atividades. Mas o que é exatamente esse espaço, e como isso transforma uma sala de aula? 

Segundo Victor Haony, assessor pedagógico da Mind Makers, o contexto de maker convencional está associado à marcenaria e utilização de ferramentas de corte, perfuração e impressão 3D. Porém, o conceito está associado ao “fazer com as mãos”, e o espaço de aula é pensado para que os alunos movimentem as mesas e cadeiras para a realização de práticas individuais e em grupos. 

A implantação de uma Sala Maker 

Daniel Freitas, assessor pedagógico da Mind Makers, explica que o primeiro passo é uma jornada com a escola, não somente com um diretor ou coordenador, mas com todos os agentes que participarão do processo. Depois, é feita a adequação do espaço em que as aulas acontecerão. “Antes mesmo do primeiro dia de aula, a escola recebe o suporte permanente de um ponto focal. Haverá uma pessoa uma especialista do departamento de implantação que estará em contato com a escola permanentemente”.  

A Mind Makers se mantém em contato com a escola por meio de um grupo no WhatsApp, oferecendo suporte, lives sobre o currículo e a implantação dessas aulas tanto para alunos e professores que nunca tiveram nada parecido. “Existe uma jornada de implantação que é muito bem pensada e estruturada com um especialista designado para cada escola e que durante esse processo que antecede ao início das aulas existe todo esse suporte e acompanhamento para que a escola possa adequar o espaço viabilizando que as aulas em metodologia ativa de aprendizagem aconteçam da melhor maneira possível. O importante é que, nessa disciplina, a construção de soluções próprias é estimulada, e essa mobilidade que a sala apresenta é fundamental para as práticas. 

O que faz uma disciplina maker? 

Os modelos de aula variam de acordo com o conteúdo que será abordado em cada semana, mas sempre com um tema em comum: buscar a solução de problemas apresentados. Victor explica que existem aulas code, voltada para a linguagem de programação que são quase sempre individuais; aulas maker, voltadas para a prática mão na massa podendo ser individual, ou em grupo; além das aulas de projeto, que são em grupos para resolver problemas mais complexos. 

As práticas nas aulas de Pensamento Computacional podem ser realizadas individualmente ou em grupo. Quando realizadas as atividades individuais, geralmente os alunos estão voltados para seus próprios computadores, porém isso não ocupa todo o espaço da aula, já que em outro momento naquela mesma aula eles trabalharão em grupos, utilizando tapetes pedagógicos temáticos, bancadas de prototipação e montagem, kits de eletônicos eduacionais e materiais de baixa complexidade tecnológica, chamados também de low-tech. Essa proposta de adotar vários formatos de atividades numa mesma aula, permite que em cada nova prática, com formato e recursos diferentes, a atenção do aluno é renovada, potencializando ao máximo o desenvolvimento e aprendizagem do aluno. 

Entre os pontos trabalhados, os modelos de sala Maker variam de acordo com o computador que será utilizado, sendo possível ser: RaspBerry, Chromebook, Notebook ou Desktop. Independente de qual será o modelo de sala a proposta é a mesma, um espaço que estimule a criatividade, a produção e viabilize práticas individuais e em grupo.  

E se eu quiser uma sala maker na minha escola? 

A infraestrutura que a escola oferece é essencial, pois é o recurso que mais será utilizado nas aulas e atividades. Daniel explica que é imprescindível que haja um espaço para abertura de tapetes pedagógicos (o maior deles possui 2x2m), uma estação de acesso ao computador, sendo um por aluno, em conjunto com os alunos ao redor, computador para o professor, telão, projetor e bancadas móveis para viabilizar todos os tipos de atividades que irão desenvolver. 

Victor ainda vai mais longe, e afirma que a sala de aula convencional não atende mais em sua totalidade o processo de ensino-aprendizagem para os alunos de hoje. “Temos alunos que aprenderam que questionar é parte da educação e isso precisa ser trabalhado e estimulado. Desse modo, mudar o ambiente constrói um cenário novo para o aluno e para o professor.” 

Quando acontece a estruturação da disciplina de Pensamento Computacional (PC), é viabilizado um espaço completamente novo na escola. Para a escola aderir ao PC, basta ter professores engajados com a tecnologia e que estejam dispostos a entrar na aventura de ensinar de modo diferente. Afinal, o construtivismo, base teórica de desenvolvimento dos planos de aula, muda o cenário em que o professor está inserido, de um instrutor para um facilitador da aprendizagem.   

Como beneficia tanto alunos quanto professores? 

Mudar o ambiente de sala de aula é impactante para todos na escola, mas principalmente para aqueles que adentram para ensinar e aprender. “Enquanto professor, sei que ao entrar na sala que irei aprender com meus alunos também, desse modo estar em uma sala já é um processo transformador. Quando mudamos o ambiente a transformação é ainda mais intensa, pois existem novos estímulos que impulsionam a aprendizagem.” conta Victor Haony. 

Daniel Freitas ainda complementa, dizendo que a vida do professor é pensar em formas diferentes de dar aula, mesmo porque os próprios alunos anseiam por uma aula diferenciada. Isso se torna um desafio quando o professor está confinado à mesma sala com os alunos enfileirados, um atrás do outro. “Como que eu vou canalizar a criatividade deles se estão dispersos? Quando a gente tem uma sala de aula Maker, pensada e estruturada, o professor encontra uma maneira viável de tornar possível essas aulas criativas.” 

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