Proposta incentiva a reflexão crítica sobre questões ambientais e a busca por soluções sustentáveis para os desafios enfrentados pela sociedade
Nas escolas, as atividades sobre o meio ambiente direcionadas aos alunos são importantes para explicar o cenário atual do planeta Terra. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo enfrenta uma tripla crise ambiental: das mudanças climáticas, da perda da natureza e da biodiversidade e da poluição e dos resíduos. Para enfrentar esses enormes desafios e garantir a sustentabilidade do nosso planeta, é crucial educar as futuras gerações sobre a importância da preservação dos ecossistemas e o papel fundamental das árvores para o equilíbrio da natureza.
Importância das atividades sobre meio ambiente para crianças
Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a educação deve afirmar valores e estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa e voltada à preservação da natureza. Para isso, sugere a abordagem de atividades sobre o meio ambiente e sustentabilidade nos conteúdos programáticos. Em Geografia para o 4º ano do ensino fundamental, por exemplo, a habilidade EF04GE11 indica “identificar as características das paisagens naturais e antrópicas (relevo, cobertura vegetal, rios etc.) no ambiente em que vive, bem como a ação humana na conservação ou degradação dessas áreas”.
A temática também está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. O ODS número 15, Vida Terrestre, propõe “proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade”.
Daniel Freitas, assessor pedagógico da Mind Makers, dá um exemplo de atividade sobre o meio ambiente para ser trabalhada em sala de aula. A solução trata desse assunto em seu material didático por meio de uma história em quadrinhos. Nela, dois funcionários de uma madeireira denominada “Só Corta” debatem sobre a preservação dos recursos naturais e reflorestamento. É revelado que na empresa existe um projeto de robôs capazes de replantar árvores, e o aluno é instigado a escolher outro nome, mais sustentável, para a organização.
A atividade faz parte da disciplina Pensamento Computacional. “Em um dos módulos, os alunos aprendem o que é sensor em dispositivos computacionais e como, a partir de sensores, é possível coletar informações do mundo real, registrando esse dado em algo que chamamos de ‘variável’ em um programa de computador”, explica o assessor.
A partir da informação armazenada nessa variável, é possível determinar o comportamento do equipamento robótico. “Entendendo isso, o aluno é desafiado a programar um robô que tem uma garra e um sensor na frente, de forma que essa garra só irá funcionar quando houver um objeto à frente dele, que no caso é uma árvore na forma de origami”, completa.
Projeto Madeireira do Futuro
Com base na proposta do material didático da Mind Makers, o Colégio Elisa Andreoli, parceiro da solução, em São José (SC), foi além e criou o projeto interdisciplinar “Madeireira do Futuro”, envolvendo as disciplinas de Pensamento Computacional e Ciências, para as turmas de 4º e 5º ano do ensino fundamental. As etapas do projeto compreenderam:
- revisão de conceitos fundamentais sobre árvores, ecossistemas e ciclos de vida, aprofundando a compreensão sobre a relevância ambiental das florestas;
- produção de modelos de origamis de árvores brasileiras, exercitando o pensamento algorítmico;
- construção de um protótipo de ferramenta eletrônica de corte, utilizando conhecimentos de eletrônica;
- programação de uma simulação do ciclo de reflorestamento, robotizando diversos biomas brasileiros (robôs trafegaram sobre um tapete de robótica que traz o mapa do Brasil e seus biomas, em que as árvores brasileiras foram representadas pelos origamis).
A finalização da proposta – e seu ponto alto – foi levar os alunos para o Jardim Botânico da cidade e incentivá-los a colocar a mão na massa no processo de reflorestamento. Os estudantes foram instruídos a plantar mudas de árvores nativas no espaço escolhido.
Daniel destaca que, embora as pessoas precisem usufruir de recursos naturais, como a madeira, para fazer móveis, papel e lápis, por exemplo, o importante é repor na natureza aquilo que é retirado dela. “Um recurso sustentável é aquele que a mesma geração que retirou aquele recurso do meio ambiente tem a responsabilidade e a capacidade de fazer a sua reposição.”
Segundo a professora responsável, Marilda Cruz, na justificativa do projeto, ao revisitar conceitos fundamentais sobre árvores, seus ciclos de vida e sua relevância para os ecossistemas, os alunos não apenas adquirem conhecimento científico, mas também desenvolvem uma consciência mais profunda sobre a importância da preservação ambiental ao nível local e global. “O projeto capacita os alunos a se tornarem agentes de mudança, capazes de desenvolver soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios ambientais enfrentados pela nossa sociedade, por meio da integração de conhecimentos científicos, habilidades práticas e atitudes empreendedoras.”