As iniciativas “mão na massa” promovem a criatividade, a aprendizagem prática e significativa e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais
Você já ouviu falar em espaço maker? Trata-se de um ambiente usado em instituições de ensino para permitir que os alunos criem e elaborem seus próprios projetos, com o uso de materiais disponibilizados em sala.
Essa abordagem faz parte do chamado “movimento maker”, que parte do princípio de criar, fabricar ou consertar produtos e objetos em vez de comprá-los, valorizando a capacidade das pessoas de construir suas próprias soluções e não encontrá-las prontas. A estratégia também está ligada à iniciativa Do It Yourself (DIY) ou “Faça Você Mesmo”, que tem como princípio “colocar a mão na massa” para encontrar soluções de problemas.
O espaço maker também se relaciona com a Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) ou Project Based Learning, que são metodologias ativas de ensino e aprendizagem. Os alunos se envolvem em atividades de longo prazo que requerem planejamento, execução e reflexão, o que os ajuda a desenvolver uma abordagem estruturada e metodológica para a resolução de problemas.
O que é um espaço maker?
No contexto escolar, o espaço ou sala maker é um ambiente dedicado à aprendizagem prática e criativa, onde os alunos podem desenvolver habilidades técnicas e de resolução de problemas por meio de atividades interativas.
Ele é geralmente associado às disciplinas de Artes ou de Ciências Exatas, como engenharia e matemática. No entanto, também pode ser aplicado às Ciências Humanas, por exemplo, na construção de mapas cartográficos, e às Ciências da Natureza, como em experimentos que envolvem a química.
O espaço maker é projetado para ensinar conceitos de inovação e praticar a colaboração entre os estudantes, duas habilidades necessárias para os profissionais do século XXI. Por isso, as atividades “mão na massa” podem e devem ser integradas ao currículo escolar, para reforçar conteúdos aprendidos em sala de aula e aplicá-los ao cotidiano.
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Quais são os benefícios de um espaço maker na escola?
A principal vantagem em contar com um espaço maker é a aprendizagem prática e significativa. Os alunos podem construir protótipos, resolver problemas reais e ver os resultados de seus esforços. Além disso, esses espaços incentivam a cooperação e o trabalho em equipe ao permitirem que os alunos compartilhem ideias e aprendam uns com os outros.
Conheça outros benefícios de ter um espaço maker na escola:
- Habilidades técnicas: os alunos ganham experiência prática com ferramentas e tecnologias, aprendendo habilidades que podem ser úteis em suas futuras carreiras.
- Competências socioemocionais: além das competências técnicas, os alunos desenvolvem algumas das novas habilidades para o século XXI, como perseverança, pensamento crítico, resolução de problemas, comunicação e colaboração.
- Motivação e engajamento: o ensino personalizado e os projetos baseados em interesses dos estudantes podem aumentar a motivação, tornando a aprendizagem mais divertida e significativa.
- Apoio ao empreendedorismo: os alunos aprendem a transformar ideias em protótipos e, potencialmente, em produtos viáveis, o que pode estimular o espírito empreendedor.
- Resiliência e adaptabilidade: trabalhar em projetos práticos ensina a lidar com falhas e aprender com os erros, além de se adaptar a novas situações e perseverar até alcançar o sucesso.
- Autonomia e iniciativa: os estudantes são encorajados a trabalhar de forma independente, desenvolvendo confiança em suas habilidades e decisões.
- Fortalecimento da comunicação: ao trabalhar em projetos colaborativos, os alunos aprendem a expressar ideias claramente e a ouvir os outros.
- Avaliação contínua: eles também passam a valorizar o processo de aprendizagem tanto quanto o produto final, entendendo que a experimentação e os erros são partes importantes do crescimento.
Para que a totalidade dos alunos consiga aproveitar essas vantagens, o espaço maker deve ser projetado para promover a inclusão e a acessibilidade. Ou seja, os educadores precisam permitir que todos os estudantes, independentemente de suas habilidades ou características, participem e se beneficiem das atividades.
Projetos maker também podem aproximar a escola da comunidade local, ao permitir que os estudantes trabalhem em problemas reais e contribuam de forma significativa para a sociedade. Por exemplo, os conteúdos didáticos podem incluir componentes de sustentabilidade e proporcionar projetos de reutilização de materiais e reciclagem no bairro.
O que é preciso para criar um espaço maker?
Em primeiro lugar, a escola precisa identificar um espaço físico adequado que possa ser dedicado às atividades “mão na massa”. Ele precisa ser suficientemente grande para acomodar ferramentas, mesas, áreas de armazenamento e local para movimentação.
É importante que existam bancadas de trabalho adequadas e bem iluminadas para os alunos trabalharem confortavelmente. Também deve ser garantido o acesso a computadores com softwares relevantes para os projetos que serão desenvolvidos durante as aulas, como aplicativos de programação, edição de vídeo e jogos digitais, entre outros.
Algo a se considerar é o estabelecimento de parcerias com empresas locais, universidades ou outras instituições que possam oferecer suporte técnico, mentoria ou recursos adicionais para enriquecer as atividades do espaço maker.
Sobre as ferramentas e equipamentos, eles precisam ser adequados às atividades oferecidas e, por isso, devem ser disponibilizados de acordo com a demanda dos professores, além de adequados ao orçamento da escola. Alguns exemplos de materiais comuns utilizados nessas aulas são:
- Impressora 3D: para criar protótipos tridimensionais e objetos personalizados.
- Cortadora a laser: para cortar e gravar materiais como madeira, acrílico e tecido com precisão.
- Ferramentas manuais: conjunto básico de ferramentas como chaves de fenda, alicates, serras e martelos, entre outros.
- Estação de solda: para trabalhos de eletrônica e montagem de circuitos.
- Máquinas de costura: para projetos que envolvem tecidos e materiais flexíveis.
- Equipamentos de medição: como paquímetros, fitas métricas e níveis para garantir precisão nos projetos.
- Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): óculos de segurança, luvas, máscaras de proteção respiratória, entre outros, conforme necessário para o uso seguro das ferramentas.
- Componentes eletrônicos: resistores, capacitores, LEDs e placas de desenvolvimento (Arduino, Raspberry Pi, etc) para projetos eletrônicos.
- Materiais de construção: madeira, acrílico, metal, plásticos diversos para estruturas e componentes.
- Tintas: para personalização e acabamento dos projetos.
- Tecidos e materiais flexíveis: para projetos de moda e decoração.
- Consumíveis: como pilhas, fios, fitas adesivas, cola, parafusos, porcas e arruelas.
- Material de escritório: papel, canetas, marcadores e post-its para esboços e planejamento dos projetos.
Por outro lado, tão relevante como possuir os equipamentos, é entender como utilizá-los. Por isso, os professores envolvidos precisam ter uma formação contínua, para que se sintam confortáveis em orientar os alunos no uso das ferramentas e tecnologias disponíveis. Também podem ser implementados debates sobre cibersegurança para os alunos, bem como treinamentos para o uso seguro dos equipamentos de proteção individual (EPIs).