Competência, que se refere à capacidade de encontrar soluções para desafios escolares ou situações do dia a dia, favorece o protagonismo, a autonomia e a criatividade das crianças
A resolução de problemas é uma competência indispensável para a formação integral das crianças. Desde cedo, elas se deparam com desafios, seja uma discussão com colegas de classe, uma tarefa escolar ou a criação de uma estratégia para um jogo. Trabalhar essa habilidade desenvolve o protagonismo, a autonomia e o pensamento crítico, preparando as crianças para enfrentar desafios futuros.
Neste post, vamos explorar no que consiste a resolução de problemas e qual sua importância para a Educação Infantil. Também vamos trazer estratégias práticas para estimular essa competência em sala de aula, com dicas e sugestões. Confira!
O que é resolução de problemas?
A resolução de problemas, de modo geral, é um processo cognitivo e comportamental pelo qual uma pessoa ou um grupo identifica uma questão (problema, situação ou desafio a ser resolvido), analisa suas causas e consequências e busca alternativas para solucioná-la. Esse processo pode ser aplicado em diversos contextos, desde situações cotidianas e pessoais até problemas mais complexos em ambientes acadêmicos e profissionais.
Na Educação Infantil, essa competência se refere à capacidade das crianças de identificar, analisar e encontrar soluções para desafios escolares ou situações de seu dia a dia. Ela se relaciona com habilidades cognitivas e socioemocionais, como pensamento crítico, criatividade, tomada de decisão, comunicação e colaboração.
Por que a resolução de problemas na Educação Infantil é tão importante?
As crianças que aprendem habilidades de resolução de problemas poderão utilizá-las em quase todas as situações pessoais e profissionais ao longo da vida. As competências relacionadas a essa prática preparam os alunos para enfrentar desafios futuros do mundo acadêmico, do mercado de trabalho e de situações familiares.
Um exemplo dessas competências é a adaptabilidade. Ao encontrar soluções para situações imprevistas, os alunos aprendem a ser flexíveis a longo prazo. Essa habilidade é essencial para o mundo em constante mudança do século XXI e pode ser útil para projetos realizados no Ensino Médio, na universidade e no mercado de trabalho.
Já a médio prazo, durante o Ensino Fundamental, o desenvolvimento da resolução de problemas promove um melhor desempenho acadêmico. Afinal, essa habilidade pode ser aplicada em diversas disciplinas, como matemática, ciências naturais e linguagens, principalmente em contextos de projetos, pesquisas, avaliações e experimentos científicos.
Benefícios da resolução de problemas na Educação Infantil
A resolução de problemas favorece o desenvolvimento de várias competências socioemocionais, trazendo benefícios como:
- estímulo do pensamento crítico: ajuda as crianças a pensarem de maneira lógica e desenvolve habilidades de raciocínio, permitindo que elas analisem situações, identifiquem padrões e façam conexões.
- desenvolvimento da criatividade: incentiva os alunos a pensarem em soluções inovadoras e permite que eles explorem diferentes abordagens e experimentem novas ideias.
- aumento da autoconfiança: quando as crianças resolvem problemas, ganham confiança em suas próprias habilidades e sentem-se capazes de enfrentar desafios e situações novas.
- promoção da resiliência: ensina a persistir diante de dificuldades, a lidar com frustrações e a ter uma mentalidade de “posso fazer isso”.
- incentivo da independência: permite que as crianças tomem decisões por conta própria e encoraja a autonomia e o protagonismo.
- melhora da comunicação: faz com que os estudantes expressem suas ideias, compreendam as dos outros, articulem pensamentos e discutam possíveis soluções.
- favorece a cooperação: leva os alunos a colaborarem uns com os outros na busca de soluções, valorizando a participação de todos.
Como trabalhar a resolução de problema na Educação Infantil
Uma das formas de desenvolver a competência de resolução de problemas nas crianças é propor atividades que envolvem a problematização, como a Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) (Project Based Learning) ou a Aprendizagem Baseada em Problemas (Problem Based Learning).
Nessas abordagens, o professor divide a turma em grupos para realizar uma atividade, como a construção de um robô ou o planejamento de uma ação social ou de sustentabilidade ambiental. As crianças trabalham juntas para chegar a uma solução, com a mediação e auxílio do professor.
Atividades de investigação e pesquisa incentivam a curiosidade e o pensamento crítico e analítico das crianças. Em geral, o professor inicia a atividade com uma pergunta, que também pode surgir dos próprios interesses das crianças. Por exemplo: podemos fazer uma brinquedoteca na sala de aula?
Quais os animais ou flores podemos encontrar no entorno da escola? A turma levanta hipóteses para respondê-la e, depois, com a ajuda do professor, busca informações que vão confirmar ou refutar essas possibilidades.
Essas são algumas etapas do processo:
- Identificação do problema: levar as crianças a reconhecerem que há uma questão ou desafio que precisa ser resolvido. Ele precisa ser definido de uma forma clara e fazer sentido para a turma.
- Análise do problema: coletar informações para os alunos entenderem os fatores que contribuem para a existência da questão.
- Geração de soluções: propor brainstorming, incentivando a criatividade e o pensamento “fora da caixa”.
- Avaliação das soluções: analisar com as crianças os prós e contras de cada proposta e escolher a solução mais adequada.
- Implementação da solução: as crianças vão colocar a proposta escolhida em prática, fazendo ajustes conforme necessário.
- Reflexão sobre o processo e resultados: avaliar e refletir com as crianças sobre a eficácia da solução implementada, procurando aprender com a experiência para melhorar futuras tentativas de resolução de problemas.
Veja também: Educação ambiental: conheça o Projeto Madeireira do Futuro
Como estimular a competência de resolução de problemas nas crianças
Conforme vimos, as metodologias ativas, como a Aprendizagem Baseada em Projetos e a Aprendizagem Baseada em Problemas, são abordagens de ensino que colocam os estudantes no centro do processo de aprendizagem e os incentiva a participar ativamente na construção do conhecimento. Em vez de serem meros receptores de informações transmitidas pelo professor, os alunos se tornam protagonistas em atividades práticas e colaborativas.
O trabalho em grupo é importante para a resolução de problemas porque reúne diferentes perspectivas, habilidades e conhecimentos. Os alunos podem compartilhar e discutir ideias, o que leva a um entendimento mais completo e diversificado do problema em questão.
A interação também promove o desenvolvimento de habilidades de comunicação, colaboração, negociação e consenso, essenciais para resolver problemas em contextos diversos.
Confira mais estratégias para incentivar a habilidade de resolução de problema nas crianças:
Jogos e brincadeiras
Ao enfrentarem desafios lúdicos, como blocos de montar, jogos da memória e quebra-cabeças, e participarem de brincadeiras tradicionais, como esconde-esconde ou pega-pega, as crianças aprendem a pensar de forma criativa e estratégica, explorando diferentes soluções e avaliando suas consequências. Essas atividades também promovem a resiliênciae a persistência, ao lidarem com eventuais perdas e derrotas e aprenderem com os erros.
Espaço maker
O espaço maker é um ambiente dedicado à aprendizagem prática, onde os alunos podem criar e experimentar, desenvolvendo habilidades técnicas e de resolução de problemas. Ele surge no contexto do chamado “movimento maker”, que propõe fabricar ou consertar produtos e objetos em vez de comprá-los, valorizando a capacidade das pessoas de construir suas próprias soluções.
Tecnologia e gamificação
Ferramentas tecnológicas, como tablets, computadores e aplicativos, fazem com que os alunos explorem e resolvam problemas por conta própria. Jogos educativos e simulações virtuais oferecem desafios em que as crianças podem testar diferentes soluções e aprender com seus erros.
A gamificação, por exemplo, é uma metodologia ativa que utiliza elementos de jogos no ambiente educacional, como pontos, níveis e recompensas, para tornar o processo de ensino-aprendizagem mais interessante e participativo.
Você sabia que com a disciplina Pensamento Computacional, da Mind Makers, as crianças desenvolvem a capacidade de resolução de problemas entre outras habilidades socioemocionais? Entre em contato conosco e saiba mais sobre as vantagens de ter essa solução na sua escola!